

Estar desmotivado com o trabalho e as perspectivas possíveis na carreira, ou então com a rotina, com a família e até mesmo para os momentos de lazer. Isso não é uma exclusividade sua ou de alguém que você possa conhecer. O trabalhador brasileiro é, segundo estudo feito pela McKinsey, um dos trabalhadores mais desmotivados do mundo. O portal de notícias UOL divulgou recentemente uma pesquisa feita pela FEEx – FIA Employee Experience que mostrava que entre os 100 lugares considerados mais incríveis de se trabalhar, 55% ofereciam algum tipo de mentoria para suas equipes – que vai desde o funcionário Sênior até ao estagiário em início de carreira.
Tanto a motivação quanto o crescimento são trabalhados durante a mentoria. Especificamente porque trabalhamos com a carreira e atividades cotidianas do mentorado, orientando-o para os aspectos que, efetivamente, farão a diferença.
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Apesar de ser novidade no cenário brasileiro, as mentorias são tradicionais em outros países, incluindo os Estados Unidos. O país que é a sede das maiores multinacionais do mundo se destaca no mercado de mentorias direcionado a grandes corporações.
Entre os exemplos de empresas que apostaram na mentoria e já colhem bons resultados estão o Bradesco, a Vivo, Medtronic, Bayer, Unilever, Basf América do Sul e Sanofi. Ambas perceberam que os investimentos em mentoria personalizada ampliam as habilidades e conhecimentos acerca do próprio ambiente de trabalho, incentivando a equipe e aperfeiçoando processos.
Os nossos mentores Ricardo Dalbosco, Juliana Fernandez e Victor Aguiar debateram em uma live sobre o potencial do mercado de mentoria no Brasil e separamos para você algumas partes que lhe ajudarão a entender o porquê a mentoria é uma tendência.
Mentor x Consultor x Assessor: qual a diferença?
Dalbosco: Há muita confusão no mercado sobre mentor e consultor. Isso acontece muito porque o mercado de mentor está em crescimento exponencial no Brasil. Por isso mesmo, muitas pessoas estão querendo se formar como mentores e se projetar nessa área, mas acabam não tendo a qualificação correta, ou acabam interpretando errado o que é a mentoria. Victor, quando você viu que o mercado do mentoring no Brasil começou a se desenvolver?
Victor: Eu particularmente percebi essa tendência de mercado há uns cinco anos mais ou menos. Há mais ou menos 15 anos, comecei a trabalhar com o Sebrae em consultoria. E naquela época, já havia uma grande confusão entre assessoria e consultoria.
DalBosco: E quais são as diferenças?
Victor: Então, de uma forma muito simples, o assessor põe a mão na massa. Assessoria Contábil, ele vai pegar os seus dados, todas seus lançamentos, os teus faturamento, suas despesas e vai fazer o processamento, vai trabalhar com isso, para que você, ao final do mês, possa prestar contas.
Dalbosco: Isso, e temos outras áreas de assessoria, como assessor político, assessor de imprensa, como muitas pessoas na área da Juliana, muitos jornalistas acabam indo para esse mercado.
Victor: É! São as pessoas que põem a mão na massa! Mas o consultor é diferente. Ele tem um conhecimento bastante especializado e normalmente não vai pôr a mão na massa. Por exemplo, um consultor tributário vai conversar com as pessoas, indicar caminhos, orientar como fazer os lançamentos, e tudo mais. Mas preste atenção, ele apenas orienta.
Dalbosco: E como isso começou?
Victor: Com a necessidade das organizações, principalmente na área de liderança, e especialmente com a horizontalização das organizações, precisávamos avançar também nessa área consultiva. O chefe ou o líder, que antes trabalhava com 10 pessoas, passou a trabalhar com 80. Ele perdeu muito espaço de One to One, de estar junto. Aí começou a surgir a figura do Coach, aquele sujeito que orienta, que dá diretrizes, que mostra alguns caminhos.
Qual a diferença entre mentoria e coaching?
Dalbosco: É então para mostrar caminhos que a mentoria cresce?
Victor: Isso. O mentor é aquela pessoa que vai dialogar com você, vai ouvir as suas demandas, vai fazer uma série de questionamentos, e por conta desses questionamentos, você vai tirar conclusões e desenhar o seu caminho.
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Qual o verdadeiro papel do mentor?
O caminho pode ser uma escolha individual ou até mesmo da empresa em que você trabalha. A mesma pesquisa apresentada pela Uol demonstrou que 35% dos participantes da mentoria na Pepsico, por exemplo, conquistaram novas posições na empresa depois de realizarem a mentoria. Ou seja, eles subiram de nível porque estavam melhor preparados e aptos aos desafios.
Portanto, o papel do mentor nesse exemplo foi o de quebrar os paradigmas construídos historicamente, especialmente no Brasil, onde temos, como já citado anteriormente, essa frustração com a carreira e, ao mesmo tempo, uma exclusão social muito grande.
Juliana: E para deixar isso bem claro, o mentor fala “Meu conselho é seguir por este caminho”, mas fica na mão dessa pessoa, do mentorado, se vai seguir aquele caminho ou não. Está exposto ali pra ela quais os melhores caminhos baseados nas experiências e no que deu certo não que não deu certo, mas quem vai decidir no fundo, é o mentorado.
Victor: A mentoria é One to One, então você não fica dependendo da decisão de 23 sócios, porque a decisão é sempre da pessoa.
Dalbosco: O mentor gera reflexão, assim como o Coach. Mas quem procura uma mentoria visa encurtar caminhos dentro dessa sua jornada. E para isso, precisa existir uma preparação, a pessoa precisa estar pronta para receber o mentoring na trajetória dela. Eu costumo dizer que seja consultoria, seja assessoria, seja o coaching, seja o mentoring, são escolhas que dependem da sua necessidade, porque não basta o mentorado querer, ele tem que estar qualificado para receber a mentoria.
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Não são apenas as grandes multinacionais dos Estados Unidos que enxergam essa necessidade, porque sim, já estamos falando da figura do mentor como fundamental para o crescimento da empresa. A mentoria pode ser tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, então, muita atenção em relação a isso, porque para ser uma mentoria de sucesso, e sucesso que eu digo não é apenas financeiro, mas sucesso em termos de realização, alcançando o objetivo que a gente quer, ele tem que ser uma combinação entre as duas partes.
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Por que a relação mentor e mentorado precisa ser excelente?
Dalbosco: Ju, pela sua experiência, quando a gente fala entre ligação entre mentorado e mentor, costumo dizer que para dar samba, para essa música ser gostosa de se ouvir depois lá na frente, esse sucesso você é bonito de escutar, ele tem que ser uma dupla perfeita. Volto a dizer, a goiabada e o queijo, Romeu e Julieta, e quando isso não acontece, quando alguém escolhe o outro de maneira errônea, a gente vê um desastre no processo de mentoria. Como é que você observa essa questão?
Juliana: Primeiro é aquela famosa história: o santo tem que bater! Antes de tudo, tem que criar uma confiança, um relacionamento de que vai ter uma comunicação muito boa, que dê esse match! E quem escolhe os caminhos é o mentorado, porque o que vejo muito são profissionais optando por entrar em uma mentoria, mas de cabeça fechada, achando que vão conseguir tudo sem aceitar nada do que o mentor irá falar.
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É por esse motivo que as mentorias precisam ser especializadas e formadas por profissionais que realmente sejam engajados e compreendam o mercado. Pela gana de vender e pela disputa de mercado, bem como pela quantidade de profissionais vendendo aquilo, muitas vezes o mentor acaba distorcendo a função.
Como ter um processo de mentoria ajuda no sucesso do mentor
Juliana: Quando a gente trabalha a questão de um mentor, de uma pessoa se tornar mentor, ela vai ter que compartilhar o conhecimento que ela tem, seja por texto, seja por vídeo, seja por foto. E para isso ela precisa desbloquear essas questões para poder compartilhar esse conhecimento.
Victor: É importante ter um processo para você garantir ao seu cliente um começo, um meio e fim, mostrar o entregável para ele. E vai aos poucos, ganhando nome, construindo uma imagem no mercado, ganhando experiência, porque aí isso te dá a chance de escolher um cliente pra você, um cliente que você quer trabalhar, e aquele link que você não quer trabalhar também é compreendido e importante no processo.
Juliana: Tem que ter um método para entregar e pra chegar na sua indicação, e tem que ter uma base sólida. Claro que vai haver mudanças, porque cada mentorado é diferente, e certamente será um desafio distinto. Mas o mentor precisa ter essa base para se orientar e poder orientar e dizer: Nós vamos fazer isso!
Dalbosco: Esses profissionais (se é que podemos chamar de profissionais) não transmitem segurança para esse cliente, não são qualificados de maneira exata e também não buscam uma qualificação.
Ensino é fundamental para qualquer área! O mercado hoje conta com muitas pessoas se autodenominando mentores. Aí coloca lá no seu perfil do LinkedIn que é mentor. Só que não tem nada estruturado. Pior, acredita que a mentoria é simplesmente sair conversando com a pessoa. O resultado são aqueles famosos desastres que acabam prejudicando a imagem do mentoring. Ou seja, o cliente ainda sai desacreditado com o processo de mentoria.
Como escolher a mentoria certa para minha marca ou equipe?
Dalbosco: Essa é uma questão que afeta grande parte das pessoas que estão em busca de mentorias. Há muita gente não preparada e fica difícil compreender qual é o trabalho que pode ser realizado e como isso pode acontecer. Costumo dizer que o mentor ou mentora é comprometido (a) dentro dos processos.
Victor: Posso ir lá na página da pessoa na internet, e é um site maravilhoso, mas hoje em dia também posso ir no LinkedIn e ver toda a trajetória desse profissional. Tudo o que ele vem fazendo, as recomendações, as publicações. Esse é um ponto importante, especialmente com as publicações sobre o que ele escreve. Sabe por quê? 90% das vendas vem por indicação, mas eu percebo que mesmo 90% das vendas vindo assim, por vezes aquela pessoa que recebeu indicação, antes de comprar, dá aquela stalkeada. O mentor fará a diferença nesse processo de transmissão de credibilidade e construção de imagem que você precisa, não é mesmo?
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